Nietzsche talvez seja o mais influente pensador do século XIX, um homem que revolucionou a Filosofia e foi um precursor da Psicologia. Pouco reconhecido em vida teve – como nós, escritores amadores – de custear a impressão da quase totalidade dos seus livros. Não encontrou um editor que quisesse bancar a quarta parte do seu clássico Assim Falava Zaratustra. Ele próprio mandou imprimir 40 exemplares, dos quais só vendeu sete!
Lendo um livro sobre sua vida e obra (Apresentando Nietzsche, de Laurence Gane), encontro uma referência, extraída do livro Humano Demasiado Humano, sobre a arte da concisão nos textos literários e filosóficos, que me remete imediatamente ao poetrix. Vejamos:
“Alguma coisa dita concisamente pode ser o fruto de um pensamento muito longo; mas o leitor que é novato nesse campo... vê em tudo dito brevemente alguma coisa embrionária, não sem censurar o autor por ter-lhe servido um alimento tão precoce e imaturo... Minha ambição é dizer em dez frases o que todos os outros dizem em um livro inteiro – o que todos os outros não dizem em um livro inteiro.”
Parafraseando a paráfrase de Fernando Pessoa, quero para mim o Espírito dessa sentença para evocar o Poetrix:
Minha ambição é dizer em três linhas o que outros dizem em um livro inteiro de poesias – o que outros não dizem em um livro inteiro de poesias.
(na foto, Lou Salomé, Paul Rée e Nietzsche)
Goulart Gomes
Enviado por Goulart Gomes em 02/02/2009