Do antropólogo Antônio Risério, em entrevista ao jornal A Tarde: “Salvador hoje é uma cidade abandonada, sem comando e sem planejamento, vivendo um processo de decadência, onde o poder público, quando não é estúpido, é omisso – e a população não demonstra ter o mais raso senso de cidadania. Um quadro que envergonha quem tenha a mínima consciência do que esta cidade significa. Entre políticos e empresários, vigoram o imediatismo, a igonorância, o intereisseirismo e a ladroagem. Eles nunca andaram tão íntimos, tão cúmplices, tão de bolsos dados. O cientista político Paulo Fábio sugere que falta um “E” de empreiteiro na silga PT. E a população, em boa parte, parece ter escolhido viver não numa cidade digna de si mesma, mas numa casa de mãe-joana. A população de Salvador não está à altura da cidade que herdou de seus antepassaados. Para lembrar a frase de Roério Sganzerla, é uma população que avacalha e se avacalha. E essa degradação parace se anunciar já na degradação cultural que começamos a presenciar, principalmente, partir da década de 1990. Só vamos sair disso quando o Estado e a população recuperarem o sentido maior do seu poder de transformação”.