MARIA DA CONCEIÇÃO PARANHOS Pedreira Brandão nasceu em Salvador, Bahia. Poeta, ficcionista, crítica de literatura e artes, dramaturga e tradutora, com vasta obra publicada e premiada, em níveis estadual, nacional e internacional. De sua obra publicada, o primeiro livro, de 1970, Chão Circular obteve prêmio nacional do Governo do Estado da Bahia e tem prefácio de Adonias Filho. Seguem-se, em poesia, ABC-Reobtido (1974) Os Eternos Tormentos (1986). Em 1996, com Esporas do Tempo, recebe o Prêmio COPENE de Cultura e Arte. Seguem-se Minha Terra e Outros Poemas (2000). Delírio do Ver (Rio de Janeiro, Imago, 2002). Com Doutorado
SEGUNDA-FEIRA
A quem não foder bem cá neste mundo
há castigos previstos em triste averno,
e por salvar-te aqui do mal profundo
vai logo te afastando desse inferno.
Corre, ó Amado, deste mal imundo,
e entrai a salvo no meu paraíso,
pois foder é sinal de muito siso –
neste penar da vida, é bem jucundo.
Devêssemos guardar a castidade,
para que Deus nos daria o tesão,
se não para foder com liberdade?
Não duraremos para a eternidade:
se as horas do prazer só vêm e vão,
fodamos já, que é curta a nossa idade.