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Literatura, História, Museologia e Numismática. Sítio de Goulart Gomes, o criador do Poetrix.
Meu Diário
13/03/2007 00h06
MÁRIO QUINTANA: A POESIA É NECESSÁRIA
A POESIA É NECESSÁRIA


Titulo de uma a seção do velho Braga na Manchete. Pois eu vou mais longe ainda do que ele. Eu acho que todos deveriam fazer versos. Ainda que saiam maus. É preferível, para a alma humana fazer maus versos a não fazer nenhum. O exercício da arte poética é sempre um esforço de auto-superação e, assim, o refinamento do estilo acaba trazendo a melhoria da alma.

E, mesmo para os simples leitores de poemas, que são todos eles uns poetas inéditos, a poesia é a única novidade possível. Pois tudo já está nas enciclopédias, que só repetem estupidamente, como robôs, o que lhes foi incutido. Ou embutido. Ah, mas um poema, um poema é outra coisa...
Publicado por Goulart Gomes
em 13/03/2007 às 00h06
 
12/03/2007 23h24
MARSHALL BERMAN:Tudo que é sólido desmancha no ar
A sociedade burguesa, através de seu insaciável impulso de destruição e desenvolvimento e de sua necessidade de satisfazer às insaciáveis necessidades por ela criadas, produz inevitavelmente idéias e movimentos radicais que almejam destruí-la. Mas sua própria necessidade de desenvolvimento habilita-a a negar suas negações internas: ela se nutre e se revigora daquilo que se opõe, tornando-se mais forte em meio a pressões e crises do que em tempos de paz, transforma inimizade e detratores em aliados involuntários.

Marshall Berman (born 1940) is an American Marxist Humanist writer and philosopher. He is currently Distinguished Professor of Political Science at The City College of New York and at the Graduate Center of the City University of New York, teaching Political Philosophy and Urbanism.
Publicado por Goulart Gomes
em 12/03/2007 às 23h24
 
12/03/2007 23h13
CECÍLIA MEIRELLES: Motivo
MOTIVO
Cecília Meirelles

Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste
Sou poeta

Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento
Atravesso noites e dias
No vento

Se desmorono ou se edifico
Se permaneço ou me desfaço
- não sei, não sei. Não sei se fico
Ou passo

Sei que canto. E a canção é tudo
Tem sangue eterno a asa ritmada
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada
Publicado por Goulart Gomes
em 12/03/2007 às 23h13
 
12/03/2007 00h33
JOHN DONNE: POR QUEM OS SINOS DOBRAM?
Esta frase ficou célebre devido ao título do livro de Ernest Hemingway mas, em verdade, é integrante de um texto do poeta inglês John Donne:



Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do Continente, uma parte da Terra; Se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por Ti.
Publicado por Goulart Gomes
em 12/03/2007 às 00h33
 
11/03/2007 23h21
W. A. AUDEN: FUNERAL BLUES
Wystan Hugh Auden (21 de fevereiro de 1907, York – 29 de setembro de 1973, Viena) foi um poeta e crítico inglês. Para os jovens intelectuais de esquerda ele foi a grande voz dos anos 30: algumas vezes demasiadamente político, sempre implicitamente radical e incômodo, pela freqüência com que lançava mão, em seus poemas, de espiões, bordéis e impulsos reprimidos - sua homossexualidade estava por trás de várias referências pessoais, aparecendo insistentemente em sua poesia. Assim que T. S. Eliot publicou a primeira coletânea de Auden, Poemas (1930), ele foi imediatamente reconhecido como porta-voz de sua geração. Filho de médico, Auden foi educado na Escola Gresham e na Christ Church, em Oxford, onde se tornou o líder de uma "gangue" formada por Stephen Spender, Louis MacNeice e Cecil Day Lewis. Logo começou a colaborar com um amigo da escola preparatória, Christopher Isherwood, em peças esquerdistas que misturavam farsa e poesia. Em 1939, mudou-se com Isherwood para a América, onde conheceu aquele que se tornaria seu companheiro, Chester Kallman, com quem anos mais tarde escreveu libretos de ópera, incluindo The rake's progress, para Stravinsky. (Wikipédia)

Abaixo, um dos poemas de perda mais belos da Literatura Universal, escrito por Auden para o seu amado.



FUNERAL BLUES
W. H. Auden
Tradução: Nelson Ascher

Que parem os relógios, cale o telefone,
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás

Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto – um laço no pescoço
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu

Era meu Norte, Sul, Leste, Oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana

É hora de apagar estrelas – são molestas,
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante.
Publicado por Goulart Gomes
em 11/03/2007 às 23h21
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