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Literatura, História, Museologia e Numismática. Sítio de Goulart Gomes, o criador do Poetrix.
Meu Diário
16/07/2007 06h25
O que quase ninguém sabe sobre a abertura do Pan
Na abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, aconteceram dois fatos, no mínimo peculiares, como não poderia deixar de acontecer: estamos no Brasil.

Em 1984 eu assisti à vitória do atleta Joaquim Cruz nos 800 metros, nas Olimpíadas de Los Angeles. Após subir ao pódium, o repórter da Globo foi entrevistá-lo e pediu: "- Mostra a medalha pra gente!" A sua resposta surpreeendeu o Brasil. Ele se recusou a mostrar a medalha, alegando que ninguém tinha lhe dado apoio. O atleta esqueceu que, naquele momento, ele estava representando seu povo e que a medalha, conseguida com seus esforços, sim, era o símbolo da conquista de toda uma nação. Pois foi esse atleta o escolhido para acender a pira olímpica do Pan, em 2007!

O outro fato interessante é que a declaração de abertura dos Jogos, em todas as edições anteriores, foi feita pelo Presidente da República, sede dos Jogos. No Brasil, não. Provavelmente os organizadores preferiram evitar uma nova vaia, a exemplo da que o presidente Lula já havia tomado alguns minutos antes, quando anunciado...
Publicado por Goulart Gomes
em 16/07/2007 às 06h25
 
27/06/2007 19h38
CLARICE, ainda e sempre
De passagem por São Paulo, impossível não percorrer a exposição sobre a vida e a obra de Clarice Lispector, aprender um pouco mais sobre essa mulher misteriosa e intensa, em seu eterno embate com os enigmas da existência. De quebra, a exposição sobre o Corpo Humano, no Ibirapuera e a peça "Às favas com os escrúpulos", com a imortal Bibi Ferreira. Em férias, quase não tenho atualizado esse blog. Após fazer Ioga e ouvir forró em Maracás, Bahia, parto para os caminhos da Chapada Diamantina. Mas, certamente, isso tudo ainda acabará em poesia... Volto quando der.
Publicado por Goulart Gomes
em 27/06/2007 às 19h38
 
18/05/2007 18h02
FERNANDO PESSOA: Poema em Linha Reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Publicado por Goulart Gomes
em 18/05/2007 às 18h02
 
15/05/2007 19h11
CLARICE LISPECTOR: trechos selecionados de A HORA DA ESTRELA
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.

...eu era um homem até mesmo um pouco contente, apesar do mau êxito na minha literatura. As coisas estavam de algum modo tão boas que podiam se tornar muito ruins porque o que amadurece plenamente pode apodrecer.

Sim, minha força está na solidão.

Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.

... sofrer um pouco é um encontro.

(Quanto a escrever, mas vale um cachorro vivo.)


Pensando bem: quem não é um acaso na vida? Quanto a mim, só me livro de ser apenas um acaso porque escrevo, o que é um ato contra um fato. É quando entro em contato com forças interiores minhas, encontro através de mim o vosso Deus. Para que escrevo? Eu sei? Sei não. Sim, é verdade, às vezes também penso que eu não sou eu, pareço pertencer a uma galáxia longínqua de tão estranho que sou de mim. Sou eu? Espanto-me com o meu encontro.


- ...Bem, e você tem preocupações?
- Não, não tenho nenhuma. Acho que não preciso vencer na vida.


Estou absolutamente cansado de literatura; só a mudez me faz companhia. Se ainda escrevo é porque nada mais tenho a fazer no mundo enquanto espero a morte.

A vida é um soco no estômago.
Publicado por Goulart Gomes
em 15/05/2007 às 19h11
 
04/05/2007 17h54
Oswaldo Martins, o Arautrix
Acabo de receber quatro livros publicados pelo bólido literário Oswaldo Martins. O maior divulgador do Poetrix na Bahia - e um dos maiores do Brasil - que merece justamente a alcunha de Arautrix: o Arauto do Poetrix! Mas nem só de poetrix vive o escritor. Destes novos livros, publicados com seus próprios recursos, dois são de poetrix: EROTRIX, com 500 poetrix eróticos; POETRIX, segunda edição, já com mais de mil exemplares vendidos (ambos com a divulgação do MIP na capa); DESABAFO EM VERSOS (poemas rimados) e A CAÇADA MATINAL, contos, crônicas e causos, que obteve o segundo lugar no Prêmio Murilo Rubião, da Editora Alma, MG, 2000.

Com participação em inúmeras antologias e premiado em diversos concursos, Oswaldo segue a sua trajetória, externando em prosa e verso a sua inexaurível fonte de inspiração.

Pedidos e contatos com o autor: omartins1@uol.com.br
Publicado por Goulart Gomes
em 04/05/2007 às 17h54
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