Vamos erguer o tronco
meus Irmãos do Campo
arrancar nossas raízes
erguermo-nos sobre os homens
dar-lhes sombra, frutos e grãos;
a terra a quem lhe rega a suor
quem da planta dos pés lhe conhece os sulcos
e com as mãos cheias
semeia
Vamos abrir as bocas e tinir as chaves
meus Irmãos das Fábricas
nossas botas e capacetes lembram lutas
onde só nosso sangue correu;
o grito agonizante das sirenes nos diz
que é hora de acordar
e não vender nossas vidas
Vamos construir nosso tempo
meus Irmãos dos Andaimes
temos uma pá de razões
e um caminhão de desesperanças;
não viemos de peito aberto, mas concreto
e se há uma massa a ser misturada
esta massa somos nós
Vamos registrar nosso número
meus Irmãos das Salas
de penas apenadas
e mostrar nosso papel
Queremos as mesas de nossas casas também fartas
arquivar nossas necessidades
Vamos caminhar, meus Irmãos de Trabalho
com nossos próprios passos
e tornar ouvida nossa Vontade;
não mais pedir, mas fazer
não mais oferecer, mas cobrar
o justo preço que tudo tem
Cada homem uma letra, uma semente, um tijolo
no trabalho maior que podemos fazer:
erigir nossos sonhos
darmos os braços
unir nossa voz
para que nossos filhos sejam muito mais
Irmãos!
Clique AQUI para adquirir livros de Goulart Gomes.