A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO AMOR
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO AMOR
(Goulart Gomes)
Que ninguém saiba:
falo dos teus olhos
Terras castanhas, precipício de almas;
Que ninguém veja:
falo do teu riso
Oceano de ritmos, vertigem e calma;
Que ninguém ouça:
falo da tua voz
Perdição de Ulisses em alto mar;
Que ninguém toque:
falo das tuas mãos
Recriar do mundo, elementar;
Que ninguém sinta:
falo da tua boca
Pura seda, roçar de borboletas;
Que ninguém aspire:
falo do teu cheiro
Inspiração eterna de poetas;
Que ninguém ouse:
falo do teu corpo
Porção visível do infinito;
Que ninguém duvide:
falo do que sinto
Amor assim não houve, mais bonito;
Que ninguém entenda:
o amor é um hiato
Entre o vivido e o sonhado;
Que ninguém tema:
o amor é imponderável
Fluido, muito além do leve ou do pesado.
Goulart Gomes
Enviado por Goulart Gomes em 18/11/2006
Alterado em 24/11/2006